
Uma enfermeira de 41 anos foi diagnosticada com cancro nas duas mamas e a esperança da cura reside num tratamento alternativo que custa 84 mil euros e que, apesar de já ter sido aprovado pelas sociedades de oncologia europeia e americana e estar a ser utilizado noutros países para prevenção, em Portugal é apenas comparticipado para doentes em cuidados paliativos.
Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Ana Rita contou a história da sua luta, que começou com uma forte dor numa das mamas. Como estava a amamentar a filha mais nova, na altura, pensou que seria um problema relacionado com a amamentação mas, na realidade, era mais grave do que isso.
Com a experiência que adquiriu ao longo dos anos, iniciou de imediato os tratamentos adequados a mastites e ductos mamários obstruídos, mas a dor não melhorou. Os dias iam passando, a zona onde sentia dor começou a ficar vermelha e a mama deformada.
Depois de várias semanas de exames, o diagnóstico chegou: Ana tinha cancro. Não numa, mas nas duas mamas. Seguiram-se os tratamentos de quimio e radioterapia e as cirurgias – mastectomia - às duas mamas e esvaziamento da axila. Mas o cancro de Ana é "muito agressivo" e a probabilidade de voltar, desta vez a um órgão vital como os pulmões, o fígado ou cérebro - ou até mesmo aos ossos -, nos próximos dez anos, "é muito elevada" e pode ser fatal.
A oncologista que segue Ana Rita propôs-lhe realizar um tratamento alternativo - Abemaciclib (Verzenius) em combinação com hormonoterapia - durante dois anos, mas o problema é que, em Portugal, é apenas comparticipado para doentes em cuidados paliativos.
A única alternativa que resta a Ana Rita é fazer o tratamento no privado, o que tem um valor de 3.500 euros por mês, durante dois anos. Ou seja, no total, o tratamento vai custar a Ana 84 mil euros, um valor que disse ao Notícias ao Minuto ser “financeiramente insustentável para a família”.
Ana e o marido criaram uma página no Go Fund Me, pedindo a ajuda a todos os que queiram, e possam, ser solidários. Em apenas sete dias, já conseguiram angariar 33 mil euros, o que deixou Ana bastante surpreendida e agradecida. "Nada me garante que eu não volte a ter cancro, mas eu quero ter a certeza de que fiz tudo para estar mais tempo viva. Pelos meus filhos… a acompanhá-los. Quero vê-los chegar a adultos", disse ao site de notícias, emocionada.