Os irmãos Duffer, criadores de “Stranger Things” anunciaram esta segunda-feira, que a temporada final da série sobrenatural está suspensa por tempo indefinido, devido à greve geral dos argumentistas norte-americanos, que entrou agora na segunda semana.
“Por muito ansiosos que estejamos para ver começar a produção com a nossa equipa e elenco, isso não será possível durante esta greve”, revelou a dupla. “Esperemos que um acordo seja assinado o mais cedo possível para que todos possamos voltar ao trabalho”, concluíram os irmãos Duffer na mensagem partilhada esta segunda-feira.
Após seis semanas de negociações, que não conduziram a qualquer acordo, os Writers Guild of America (WGA) arrancaram com uma ação sindical, no passado dia 2 de maio. As reivindicações são, principalmente, para aumentos salariais e benefícios, o que terá sido negado. A WGA justifica a greve com a “postura inflexível na negociação” por parte das grandes empresas, como a Netflix, Disney, Apple, NBS, CBS, Paramount, um gesto que dizem promover “a contínua desvalorização da profissão da escrita”.
O sindicato refere que o surgimento das plataformas de streaming alterou completamente o panorama laboral dos argumentistas que, mesmo trabalhando em produções com orçamentos mais altos, recebem cada vez menos. Metade dos membros da WGA recebem apenas o salário mínimo.
Ao fim de uma semana de greve, o impacto já se faz sentir, desde logo no adiamento da produção de “Stranger Things”, um dos nomes mais fortes do elenco de originais da Netflix. Também na televisão norte-americana, programas como o de Jimmy Kimmel ou “Saturday Night Live” estão a repetir episódios, uma vez que estão sem capacidade para produzir guiões para novos episódios.