O movimento Médicos em Luta formou-se no início de setembro após um grupo de profissionais de saúde enviar uma carta aberta ao ministro da Saúde com mais de 1000 assinaturas referindo a indisponibilidade para a realização de mais horas extra a partir de 12 de setembro. Desde então, esta recusa tem afetado os serviços nas urgências e mais de 21 hospitais incluindo o Hospital de Torres Vedras.
Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), declarou à agência Lusa que se têm tornado “um problema essencialmente nos serviços de urgência, porque é a atividade que depende mais de horas extraordinárias”. Segundo Barreto, as administrações dos hospitais estão a tentar persuadir os profissionais que não tenham cumprido as horas extra ou, em último caso, contratar prestadores de serviço para preencher as lacunas nas escalas.
Estas medidas não são, no entanto, suficientes e Xavier Barreto garante que existirá problemas nos serviços. Esta adesão às recusas começou no norte, mas está a espalhar-se por todo o país. O facto de este movimento não ser sindicalizado torna as negociações e o diálogo complicados.
A medida, a longo prazo, que o presidente da APAH sugeriu, e que tem sido defendida por vários diretores e administradores hospitalares, é a de que “as urgências fossem estruturadas, organizadas em função de equipas dedicadas” que prestariam serviço em horário normal e com um regime de incentivos próprios.