Marco Aragão enviou, em outubro de 2022, uma carta ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com uma ameaça e uma bala dentro do envelope. Atualmente encontra-se em prisão preventiva no Hospital Prisional de Caxias e esta quinta-feira justificou a sua ação alegando um distúrbio mental, um desequilíbrio na medicação e uma animosidade com um primo.
A carta foi enviada em outubro do ano passado para a Casa Civil da Presidência onde Marco exigia o pagamento de um milhão de euros para não matar Marcelo Rebelo de Sousa, com a indicação da conta bancária e com uma bala dentro do envelope, tudo com as informações do primo do detido. Marco afirma ter uma perturbação esquizoafetiva, caracterizada pela combinação de esquizofrenia com bipolaridade.
O Ministério Público acusou, em agosto, o arguido dos crimes de coação agravada na forma tentada, extorsão agravada na forma tentada, detenção de arma proibida e acesso indevido e desvio de dados. No entanto, Marco foi considerado “inimputável, por anomalia psíquica grave, e sujeito à medida de segurança de internamento”, citado pela SIC Notícias.
No arranque do julgamento no Juízo Central Criminal de Lisboa, esta quinta-feira, Marco explicou porque enviou a carta e o porquê de a ter enviado e com uma citação da mãe que dizia que o Valter devia sofrer tanto quanto fez sofrer a família. Citado pela SIC Notícias, afirmou: “Essa frase fez-me despistar. Sentei-me nesse mesmo dia ao computador e escrevi uma carta a ameaçar o Presidente da República a exigir uma quantia astronómica. Coloquei os dados do meu primo Valter, tudo isto no sentido de prejudicar o meu primo Valter, para que ele tivesse problemas com a justiça […] Deveu-se a uma animosidade contra o meu primo Valter, espoletada por um desequilíbrio da minha medicação”.