A associação de apoio a família de transsexuais Euforia levou a tribunal os pais da jovem transexual Daniela, de 23 anos, que tirou a própria vida em 2022. Os pais, que nunca aceitaram a mudança de género da filha, sepultaram-na com o seu nome de nascença e agora a Euforia apresentou queixa por alegado delito de ódio.
Daniela nasceu no Chile e foi adotada por um casal espanhol quando tinha dois anos. Aos onze anos a jovem identificou-se como mulher, algo que, segundo o ABC, “os seus pais nunca aceitaram”. Em 2017 começou os tratamentos para a mudança de sexo o que levou os pais a renunciarem a sua guarda. A jovem passou alguns meses numa instituição de acolhimento e aos 18 anos mudou de nome.
Aquando da sua morte, os seus pais decidiram sepultá-la sob o seu antigo nome e colocando uma fotografia da jovem antes da mudança de sexo. Os amigos de Daniela denunciaram o caso à associação Euforia, que apresentou queixa contra o casal junto da Procuradoria de Crimes de Ódio de Alicante.
O advogado da associação Euforia, Saúl Castro, defendeu, citado pela ABC: “Entendemos que estes acontecimentos são um crime de ódio e de injúria a um grupo protegido e, por isso, esperamos que a queixa seja processada, admitida pelo Ministério Público e que sejam tomadas medidas legais contra os pais da Daniela”.