O Relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da Segurança Social, que acompanha a proposta do Orçamento de Estado 2024, mostra que as mulheres recebem atualmente pensões 43.2% inferiores às dos homens. Apesar de um aumento nas pensões, entre 2012 e 2022 o diferencial aumentou.
As reformas das mulheres são atualmente, em média, 381,81 euros enquanto a dos homens situa-se à volta dos 671,75 euros. Segundo Sara Falcão Casaca, socióloga e professora do ISEG, em entrevista exclusiva ao PÚBLICO, declara que a diferença “resulta de um conjunto de desigualdades acumuladas ao longo do curso de vida”.
Um dos fatores é a diferença nas remunerações é que as mulheres continuam a ter salários mais baixos e estão sub-representadas em certas áreas e em cargos de liderança, geralmente com níveis remuneratórios mais elevados.
Também as carreiras contributivas mais curtas nas mulheres que nos homens é um dos fatores essenciais. Apesar de as mulheres se reformarem, em média, mais tarde que os homens, as carreiras contributivas não são tão longas como a dos homens nem os salários tão altos, o que acentua a discrepância.