Pedrito de Portugal, matador de touros, está envolvido numa polémica e tem sido duramente criticado por defensores da causa animal – que incluem organizações como o Pessoas-Animais-Natureza (PAN), o grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA), outras associações e várias figuras públicas – depois de ter dito, no podcast “Geração 70”, da SIC Notícias, que “os animais não têm deveres, por isso também não têm direitos”.
O toureiro afirmou que o touro não sente dor e acusou o PAN de pagar 25 euros a cada manifestante nos protestos junto à Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, o que levou o partido a emitir um comunicado, lamentando as “mentiras” e “ausência de fundamentação científica”.
No podcast, conduzido por Bernardo Ferrão, diretor-adjunto de informação da SIC, e difundido pelo jornal Expresso, quando questionado sobre os direitos dos animais, Pedrito de Portugal disse tratar-se de algo “relativo”. “Entendo, como cidadão, que para haver direitos tem de haver deveres e os animais não têm deveres. A partir daí, os direitos são questionáveis”.
O matador de 48 anos, que obteve a licença de toureiro profissional aos 15, disse achar questionável o direito do animal de poder viver sem sofrimento, uma vez que podia afirmar, cientificamente, que o touro não sofre. “Não sofre porque todos os seres vivos têm três elementos químicos no organismo: endorfina, glucose e adrenalina. Numa situação de confronto, de alto stress, os militares, por exemplo, muitas vezes são baleados e nem percebem, não sentem. Não sentem porque o elevado grau de adrenalina faz com que a segregação da glucose, que é o alimento do músculo, leve o ser humano a fazer coisas que numa situação normal não faria. E muitas vezes nem se lembram que o fizeram”.