Os técnicos do INEM estão em greve desde a passada quarta-feira e, desde essa altura, têm sido várias as queixas apresentadas sobre a impossibilidade do contanto com o serviço e as demoras nas assistências médicas. Até então, já foram registadas cinco vítimas mortais associadas à paralisação.
Estas pessoas não terão sido socorridas a tempo pelo serviço. A primeira vítima trata-se de um homem que sofreu uma paragem cardíaca e que esteve mais de uma hora à espera de socorro enquanto a mulher tentava, sem êxito, contactar o INEM. O óbito desta vítima foi declarado no local.
A segunda vítima, uma mulher de 94 anos, também entrou em paragem cardíaca e a família esteve pelo menos 45 minutos a tentar pedir ajuda.
Esta segunda-feira, uma mulher de 70 anos sentiu-se mal enquanto prestava depoimento no Tribunal de Almada e a demora do atendimento do INEM levou a que fosse chamada a PSP, que levou a vítima ao hospital, onde a mesma acabou por morrer.
A quarta vítima, uma idosa de um lar em Castelo de Vide, sofreu uma paragem cardiorrespiratória e esteve à espera de socorro durante uma hora e meia. Já a quinta vítima, trata-se de um homem que se sentiu mal durante um passeio de bicicleta em Cacelha Velha.
O presidente do INEM, Sérgio Janeiro, reconheceu que os centros de orientação de doentes urgentes (CODU) “estão a trabalhar abaixo dos mínimos”.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, também já se pronunciou sobre a situação e reconheceu que existe uma “enorme falta de recursos no INEM” e que não existe disponibilidade dos técnicos de emergência pré-hospitalar para fazerem horas extraordinárias.