O primeiro-ministro português António Costa apresentou esta terça-feira a demissão no Palácio de São Bento, em Lisboa, numa comunicação ao país. A decisão vem em consequência do processo de investigação dos negócios de hidrogénio e lítio que originaram suspeitas de corrupção e tráfico de influências junto de ministros e empresários.
António Costa informou que apresentou a demissão ao Presidente da República e que já foi aceite pelo mesmo, faltando apurar a data final das suas funções. Costa vai também ser investigado sob processo já aberto pelo Ministério Público ao qual o primeiro-ministro refere que tem a consciência tranquila, acrescentando ainda: “confio totalmente na justiça e no seu funcionamento.”
Costa reuniu-se com Marcelo Rebelo de Sousa durante a manhã e informou que “as funções de primeiro-ministro não são compatíveis com a suspeita de qualquer ato criminal”, sublinhando ainda que não se vai recandidatar ao cargo uma vez finalizada a investigação.
“Eu não estou acima da lei e estarei cá para colaborar com a polícia”, afirmou António Costa aos jornalistas. Costa desempenhou as funções de primeiro-ministro durante quase oito anos, desde o dia 26 de novembro de 2015, ainda durante a presidência de Aníbal Cavaco Silva.