Nos últimos anos tem havido um crescimento de arrojamentos de animais mortos, nomeadamente golfinhos com as barbatanas cortadas. Este fenómeno deve-se à captura acidental destes animais por pescadores que posteriormente lhe cortam as barbatanas para os poder libertar das redes de pesca.
A captura acidental é, segundo Ana Marçalo, coordenadora da Rede de Arrojamentos do Algarve, responsável por cerca de metade dos animais mortos que desaguam na nossa costa todos os anos. Ao longo dos últimos anos têm sido vários os aparecimentos de golfinhos mortos, alguns com barbatanas cortadas, em Santa Cruz, Torres Vedras, nomeadamente nas praias de Santa Rita e dos Quarenta. Em 2022 vários golfinhos apareceram mortos na praia de Santa Rita e, no final do mês passado, foi registado o aparecimento de outro com a barbatana cortada.
Os golfinhos, sendo espécies de elevada inteligência, tentam capturar os peixes presos nas redes de pesca de forma a poupar tempo e energia na caça, mas acabam por ficar presos eles mesmos e morrer de asfixia ou das suas barabatanas cortadas.
A solução ainda está a ser estudada, mas tendo em conta que o nylon, material da qual as redes de pesca são feitas, não é “visível” acusticamente, a equipa da Universidade do Algarve desenvolveu alguns projetos com alarmes acústicos que provaram ser de grande sucesso.