Os imigrantes de origem asiática representam uma grande percentagem dos imigrantes em Portugal, sendo o Bangladesh a quinta nacionalidade com mais residentes em Lisboa. As condições de habitabilidade destes grupos são baixas e muitas vezes ilegais, vivendo várias pessoas numa casa que tem espaço para albergar apenas um número limitado.
O Diário de Notícias falou com um imigrante do Bangladesh que chegou a Portugal há dois anos e diz não conseguir arranjar emprego, acabando por vender noz de areca nas ruas. Ziaul Dure tem 48 anos e diz que apesar de conseguir enviar dinheiro para a família, que se encontra no país de origem, o seu maior problema tem sido arranjar casa. Dure afirmou que gostava de trazer a família para Portugal, mas não consegue encontrar casa que possa pagar e atualmente aluga uma cama por 200 euros numa casa com dois quartos onde vivem dez pessoas.
Filipa Botinha, diretora da Associação Renovar a Mouraria, que ajuda os imigrantes a arranjarem casa, declarou ao DN que “há sobrelotação de quartos, o uso de lojas e vãos de escada para dormitórios, a falta de condições de habitabilidade e a situação crescente de pessoas em situação de sem-abrigo”.
Sendo assim, a facilidade na obtenção de papéis não se traduz na facilidade na inserção, com dificuldades em arranjar emprego, casa e bons acessos à saúde.