O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) condenou a marca Audi AG a uma indemnização no valor de 200 mil euros a Andreia Rocha, de 38 anos, que, aquando de um acidente rodoviário em 2008, ficou gravemente ferida após os airbags terem falhado. Andreia e a mãe, autoras do pedido de indemnização, alegam que o sistema de airbags não funcionou como deveria.
O acidente rodoviário que se deu na Estrada Nacional 378 que liga o Fogueteiro (Seixal) e Sesimbra, ocorreu entre o Audi A3, um veículo ligeiro de passageiros, e um pesado de mercadorias. A jovem acabou por sofrer um traumatismo cranioencefálico que a tornou dependente de terceiros para o resto da vida. A mãe da jovem, Eduarda Farias, afirmou que os tratamentos da filha superam em muito os 200 mil euros
A marca alemã chegou a ser absolvida numa primeira instância pela sentença do Tribunal afirmar que os “airbags foram concebidos para insuflarem nas situações de colisão de veículos ligeiros com veículos ligeiros, mas não se a colisão ocorrer com veículos de dimensão superior, como era o camião que colidiu com o veículo conduzido pela autora” e que por isso não haveria mal funcionamento.
As autores decidiram então recorrer ao Tribunal de Relação de Évora que condenou a marca a pagar 105 mil euros, mas a advogada das autoras não concordou e duplicou o valor num novo recurso junto do STJ. Numa sessão de julgamento, o engenheiro Sérgio Santos, um dos peritos responsáveis pelo relatório de reconstituição do acidente afirmou que o sistema tinha mal interpretado o acidente e por isso declarava uma falha nos airbags.
A mãe da jovem, Eduarda Farias, afirmou que os tratamentos da filha superam em muito os 200 mil euros, mas considera que “foi feita justiça e a Audi foi condenada”, citada pelo Correio da Manhã. O advogado da Audi AG, Miguel Pena Machete, alegou à agência Lusa que ainda estará a analisar a sentença e a ponderar um recurso para o Tribunal Constitucional.